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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Caminhos que conduzem

Eu fico imaginando, quantas pessoas no mundo
vivem fora do campo, querendo jogar,
mas não sai do banco dos reservas.
Como custa dar oportunidade?
Ninguém entra num time sem ter alguma
afinidade com a bola.
Por que vivemos de aparência, por que
nos negam o primeiro chute?
Existe tantos livros falando de vida, de morte,
de amor, de ódio, mas por que não existe
ainda uma cartilha nos ensinando a viver?
Eu falo do viver mesmo, sem aquilo de
regras absurdas, onde o patriarca esta acima, a matriarca
abaixo, e os filhinhos a Deus dará.
Atualmente, os pais ficam tão aflitos para pagar
as contas, valorizando a extremo a "boa vida", ao
invés de valorizar o ser.
Aliás, sempre foi assim! ninguém se conhece verdadeiramente,
estamos fechados até para nós mesmos.
Somos uma coisa,  e tentamos passar uma outra imagem para os
outros.
A imagem bonita, a imagem sofisticada, e o ser tão pobre que
chega a dar dó,
perfumado por fora e cheirando mal por dentro.
Eu me lembrei do autor Leo Buscaglia que diz: Todos os caminhos são os mesmos, Conduzem ao nada. São caminhos que vão através do mato. A única questão é se o caminho tem um significado. Se o tiver, é um bom caminho. Se não, não tem utilidade. Se o caminho é o amor, o fim não tem importância, o processo terá coração.” 
Frases - http://kdfrases.comPois é!
Todos os caminhos são os mesmos, mas os passos  tão lentos, que acabamos ficando
no meio da estrada.
Como é difícil aprender, ou, como é difícil olhar e entender?
Damos tanta importância ao outro que acabamos esquecendo de nós, damos tanta
importância no que o outro vê, que acabamos sendo fantasmas para a nossa própria
família.
As pessoas não se contentam só com o alimento, as vestes e um tento, tentam
comprar o mundo, mesmo que deixem a maioria de fora.
Por que negar oportunidade, por que negar espaço, sendo o mundo tão vasto?
As vestes, o alimento, a beleza em si, é por acaso mais importante que pessoas?
Eu não entendo, e nem sei porque estou escrevendo sobre isto. Se temos tantas
informações e ainda não aprendemos o que fazer com elas.
Se no mundo existe tantas pessoas sofrendo, a culpa por acaso não são nossas?
O que fazemos para mudar, se o nosso espaço  nos cabe, porque então, precisamos
conquistar mais?
Cuidemos então, primeiro do que foi colocado sobre nossa responsabilidade,
para depois cuidar das outras coisas menos significantes.
Que através do mato, possamos abir um caminho de significado, onde o ser possa
ter muito mais importância que as coisas a conquistar.
Que Deus nos ajude!
Herta Fischer














livrando-me da toxidade

Minha real compensação é estar aqui
de uma maneira ou de outra, fico
realizando.
Inútil é o homem quando produz
para jogar fora.
Inútil é o homem quando sonha em vão.
Tudo em cima de propósito é bom.
Um urubu tem olhos bons para enxergar
 de longe a sua presa, voa tão alto
para se livrar da raiva. Deixa no mais alto,
 a porção de toxina que o levaria a morte.
Como ele sabe de tudo isto?
Um dia também morrerá, mas enquanto
ainda lhe é permitido cuida de sua vida.
Uso meus pés para caminhar, assim como,
uso minhas mãos para várias utilidades, e a mente,
como a uso?
Não é para ver melhor?
Para que me desgastar com futilidades, se posso
semear o que me apetece, não com
a finalidade de dar cabo a vida, mas de expandi-la,
até que se complete meus dias de razão.
Se pensar que me despeço todo dia, ao
cair da noite, não mais acordarei.
De todo trabalho completo, braços se cruzam,
 tudo que se bota um ponto final, não quer dizer fim.
mesmo sem ter som na voz, não cessa o que vai dentro.,
de alguma maneira há de se desenvolver uma nova
forma de linguagem que se faça entender.
Vivo um tanto alheia ao que esta a minha volta,
talvez para fugir das situações que não gosto,
e desenvolvi  este meio de contato. Por meio
da escrita eu sinto que não estou totalmente
fora, alguém, em algum lugar, me julga, me conhece
e me faz importante.
Posso não saber ao certo, mas sinto que não estou excluída,
de alguma maneira, ainda sou útil , como o corvo em seu
meio, depois de degustar sua melhor refeição, vai
até o infinito, para voltar e fazer melhor. É assim que me sinto,
não sei o que se passa, como se passa, mas aqui dentro, eu sinto
que me livro da toxidade humana, e me renovo para enfrentar
o dia de amanhã.
Obrigado por me ouvir!

Herta Fischer






quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Perpetuando o eu

Quanto me custa murchar.
Ainda bem que acredito num amanhã
glorioso em outro país, uma pátria
que renovará minhas pétalas, com
água santa e miraculosa.
Se hoje vivo como flor apedrejada,
amanhã viverei como quem nasce de
novo.
Cada dia é uma promessa,
cada passo, apressa a chegada,
e vou indo lentamente, até que  possa, enfim,
 encontrar realmente o que
interessa.
Posso ser só eu. O que me importa?
Deixo o que tenho, para me entregar ao
que ainda não consegui.
Tenho raiz profunda.
Mate-me! e ainda viverei.
Pois, caem-me as pétalas e ainda restará a semente.
Se tira-me o ar,  tudo se renova, se tira-me a esperança,
ainda restará esperança sem fim,
meu limite não se acaba. Quanto mais se tira,
mais profundo fica.
Herta Fischer

Sementeira santa

Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor!
entrarão no reino de Deus,
pois isto não os livra da sensualidade
sensualidade 
sen.sua.li.da.de 
sf (lat sensualitate) 1 Qualidade ou estado de sensual. 2 Lubricidade, volúpia.3 Deleite produzido por coisas sensíveis ou, mais especialmente, o experimentado na satisfação dos apetites carnais. 4 Propensão para os prazeres materiais.

Se não fosse pela obra de Cristo, nunca experimentaríamos tal salvação,
pois quão difícil é dispor de nós mesmos, em favor dos irmãos,
 quão difícil é, rejeitar a sensibilidade que nos causa prazer, quão difícil
é estar vivendo no mundo e não fazer comunhão com ele.
Quão difícil é ter e não fazer conta do que tem.
Quão difícil é amar os que não nos amam.
Quão difícil é deixar o velho e acolher o novo, isto é:
Apagar os velhos costumes, para honrar somente a Deus,
como único provedor e sustentador da fé.
Quão difícil é voltar, quando o caminho satisfaz.
Quão difícil é abandonar velhos costumes.
Quão difícil é agir com dignidade, quando
o mundo não corresponde.
Quão difícil é varrer dentro de nós mesmos, e conservar
limpo.
Por isto, é que em algum lugar foi escrito:
"O sofrer é gloria para os que seguem em frente, crendo firmemente
que aguardamos em Cristo pela pátria vindoura. Aqui somos como
nuvem que passa. Nada trazemos, e nada levamos!"
Uma erva que nasce pela manhã, murcha ao meio dia, e morre
ao pôr do sol. Eis o que somos!

Herta Fischer



O reino é do Senhor Jesus

Enquanto alguns ainda esperam pela salvação, e
também pelo reino de Deus, Este já é eficaz e efetivo,
Não se entristeçam a ponto de desanimar...Cristo
venceu o mundo!
Assim como diz em Apocalipse 11..16
"Graças te damos, Senhor Deus
 todo poderoso,
que és é que eras,
porque assumiste
o teu grande poder
e começastes a reinar.
As nações se iraram;
e chegou a tua ira.
Chegou o tempo de julgares
os mortos
e de recompensares
os teus servos, os
profetas, os teus santos
e os que temem o teu nome,
tanto pequenos
como grandes, e de destruir
 quem destroem a terra.

E mais adiante:

"Agora veio a salvação,
o poder e o reino
do nosso Deus,
e a autoridade do seu Cristo,
pois foi lançado fora
o acusador
dos nossos irmãos,
que os acusa diante
do nosso Deus, dia e noite.
Eles o venceram
"pelo sangue do cordeiro"
e pela palavra do testemunho
que deram;
diante da morte,
não amaram a própria vida.
Portanto, celebrem-no, ò céus,
e o que neles habitam!
Mas, ai da terra e do mar,
pois o diabo desceu até vocês!
Ele está cheio de fúria, pois
sabe que lhe resta pouco tempo.

"O Senhor reina nos coração daqueles que
obedecem aos mandamentos de Deus e
permanecem fiéis ao Senhor Jesus."

(Apocalipse)  N. V. I.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Servos e senhores


Hoje eu vou falar sobre a maneira de servir.
Dirá então:
Ninguém deveria servir!
 Mas, o que seria
deste sistema se não houvesse servidores?
Tudo que existe, tudo que há, de alguma
maneira, servem!
Mesmo na época em que Deus andava
com os Israelitas já se falava em servos e servas:
dizia-se comprados. Até mesmo os israelitas em certo tempo,
serviram no Egito, na condição de escravos, como diz em êxodo:
"Todavia, quanto mais eram oprimidos, mas numerosos se tornavam
e mais se espalhavam.
Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas, e os sujeitaram a cruel
escravidão."
Deus permitiu isto, para que  o Egito pudesse sentir o poder de D'Ele.
Assim como Ele diz a Moisés:" Faraó não vai deixá-los ir de imediato, vou
endurecer o seu coração, para que faça-se entre eles várias demostrações de poder."
Fazia-se isto para que muitos dos egípcios viessem a temê-lo e também
a crer num único Deus.
Já se fazia entre os gentios a obra para que deixassem o costume de
acreditarem em deuses.
As leis escritas por Deus era exclusivamente dadas a Israel, um povo
que estava fora do mundo real, para que vivessem entre uma geração corrupta,
sem, no entanto, se contaminarem com seus costumes.
Os homens, até então, não tinham conhecimento do Deus vivo, e como
tantos que, ainda hoje, prestam cultos aos seres que não falam, nem ouvem, nem vê.
Para colocá-los a par do Seu poder, Deus teve que introduzir os israelitas em seu meio,
honrando-o e fazendo o que era certo perante todos os homens.
Dava-lhes terras, promovia grandes conquistas, e os livrava dos poderosos
reis da época.
Porém, o homem não consegue se livrar dos desejos mundanos, e é facilmente
cativado pela aparência, tanto que, quando Moisés livrou o seu povo do
cativeiro, e os conduziu pelo deserto, prometendo a eles, por intermédio de Deus,
uma pátria, eles desdenhavam e enfatizavam o fato de que no Egito, embora
estivessem sobre um regime de escravidão, tinham bens e não passavam fome.
E Moisés  teve que ferir a rocha para que dela emanasse água e assim matasse
a sede do povo.
Isto já simbolizava a vinda de Cristo, o qual seria ferido pelas nossas transgressões,
para matar a nossa sede de justiça,
Os reis eram os únicos seres considerados em todo lugar, a classe menos
favorecida trabalhava para os donos das terras em regime escravo.
Toda a riqueza ficava com eles, por isto ainda há, na Europa e na Asia, tantos monumentos
grandiosos, feitos especialmente para os reis e seus magistrados.
Era isto que Deus queria fazer, uma reforma entre os homens que até então, ainda estavam longe,
que trabalhavam como animais, sem direito algum.
Aos poucos os israelitas foram deixando a forma perfeita de viver para Deus, e assim como
Adão e Eva, eles pecaram mais uma vez, dando mais valor aos costumes pagãos.
Através da lei que era boa, dada a eles para que vivessem bem e seguros, transgrediram-na
tornando  o fardo muito mais pesado do que realmente era.
As leis só são eficazes se o juízes as executarem com justiça. E como ainda
se faz até o dia de hoje, as leis foram favorecendo os que tinham maior poder
de compra.
E o povo, mais uma vez, virou refém dos que detinham o poder.
Até no Templo, onde se faziam os sacrifícios para remir pecados, havia comercio.
Quando Cristo se manifestou, dando conhecimento de si mesmo aos homens, os poderosos
o rejeitaram, pois tiveram medo de que ele viesse para tomar o seus lugares.
Diziam entre eles: que cristo seria o rei dos Judeus, e por isto os escribas e os
fariseus os perseguiram.
"Escribas e fariseus: homens importantes que detinham o conhecimento e as aplicações das leis"
Eram os responsáveis pelo cumprimento das leis, dadas por Deus aos israelitas através de Moisés.
Eles tropeçaram na pedra de tropeço, por não enxergarem tão grande salvação.
Atualmente, eu vejo a mesma coisa acontecendo, cada um em seu lugar, realizando
mal seu serviço, mas não querendo perder o seu lugar.
Ninguém mais serve, são apenas troca; trabalho por dinheiro.
Não que isto seja errado, afinal, não se deve amordaçar o boi enquanto ele
trilha o trigo, mas que também, estejam prontos a servir de uma forma leal, cada
um a seu modo, em favor dos que pagam.
Muitos, por medo de perder o seu lugar, mesmo não realizando bem os seus serviços,
 atropelam outros que querem fazer melhor.
Não somos mais escravos, nem somos comprados por dinheiro, mas ainda temos
que trabalhar para o sustento, embora ainda tenha quem os faça com indignação,
amaldiçoando o seu tempo, como se o trabalho fosse algo ruim.
Todos loucos pelo fim de semana, não dão valor ao que traz vida em suas asas.
Na época da escravidão dos negros, os homens trabalhavam pela sua vida, e
trabalhavam mesmo, sem direitos, só deveres. abaixo de chicotes, e não
reclamavam, pois viam de ante mão, algo muito maior a esperar no final da trilha.
Contribuíram ricamente na construção das cidades que existem hoje, e ainda
são descriminados,
Todo tipo de trabalho ha de se ter servos e senhores, os que mandam, e os que obedecem.
também ha os que apenas vigiam para que o trabalhador cumpra o seu dever até
o final da jornada. O nome mudou, em vez de capataz, agora são chamados de chefes.
Porém , o propósito são os mesmos; embora a moeda seja outra, não se compra, mas
se vende da mesma forma por dinheiro.
Não existe liberdade quando se trata de trabalhar para outros, é uma forma de escravidão
legalizada, onde ao invés de açoitar com chicotes, usa-se assédio mental. Ao invés de se
 pagar a outro
pelo trabalhador, paga-se para o governo em forma de tributos.
Ao invés de procurar por pessoas saudáveis ao olhar para dentes ou para o porte,
usa-se testes psicológicos e testes práticos, alem de colocar o candidato, muitas
vezes em uma situação constrangedora, ao deixá-lo sem resposta ao final
da entrevista, apenas lhe dizem: depois te ligamos, e ele fica esperando e nada acontece.
Pagam-lhe o salário e descontam contribuições, para depois lhes dizer que são conquistas,
sendo que, é só poupança mesmo, aquilo que ele mesmo paga e que depois de longo tempo
recebe como benefício, e não recebem o que pagaram, só uma parte.
Eu não estou equiparando, só estou exemplificando, é lógico que,
 o que fizeram com os negros, foi de uma indignidade sem precedentes, mas também, o que fazem
com os trabalhadores dos setores privados é no minimo, desconsertante.
Paga-se pouco e exige-se o máximo, quando não mais precisam da contribuição do
trabalhador, nem pensam em sua família, Sem nenhum reconhecimento os colocam na
rua como a um cão sarnento, o despejam fora como água suja.
Então, á meu ver, ainda se escraviza, talvez de uma maneira melhor, mas
não deixa de ser apenas um servidor, um escravo de seu Senhor.

Herta fischer























Acolhidos

Na maioria das vezes sou só eu
e o silencio, embora dentro de mim
haja gritos e confusão.
Não gosto do que vejo no mundo, uma
aparência de bondade antes
de dar o bote certeiro.
Para onde foi a honestidade no trabalho,
em casa, nas escolas, nas ruas?
Para onde olho, não vejo solução.
Os que deveriam pregar a paz, pregam
descriminação.
Não devemos amar o pecado, mas
devemos amar nosso irmão.
O que foi falado, o que foi deixado escrito
para nossa salvação, não foi ilusão.
Foi um modo certo de olhar, ouvir,
ensinar de coração.
Não a consertar nosso modo, nem
causar divisão.
Sim a atitudes boas, sim ao amor
fraterno, não a paixão.
Se somos verdadeiramente
filhos do mesmo pai,
então há compensação,
em amar de fato, em
aprender que estamos
livres da tentação.
Pois Deus em sua
infinita bondade nos
acolheu em seu coração.

Herta Fischer

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Carta de alforria

Ai, ai!
Estava dando uma volta por ai, relendo algumas de
minhas postagens.
Quantas pretensões. meu Deus!
Tenho que admitir, não nasci para isto.
Preciso urgentemente, me desfazer deste vício
de escrever.
Só que, no momento, nem sei bem o que eu
quero.
Tenho, apesar da idade, alguns sonhos, mas,
na verdade, não tenho coragem para por em prática.
Estou pintando alguns quadros, gosto muito de criar.
ainda falta muito para chegar lá.
Não tenho quem me anime, ou incentive, por isto, me é
tão difícil seguir em frente.
Minha família é muito na dela, não é nada animador.
Sempre são, só eu, e meus projetos.
Não tenho muitos amigos, nem muitos conhecidos,
também, ninguém que me ajude.
As pessoas ao meu redor, pensam que, o que mais importa,
é nada nos faltar, não são como eu, que sente uma real
necessidade de ir além.
Eu não quero brilhar, sabe? eu só quero continuar, mas, para
continuar, sem nenhum incentivo, é cruel.
As vezes, eu quero parar com tudo, de escrever e até de pintar, mas
ao mesmo tempo, eu penso: O que eu vou fazer depois?
Morrer? Só pode!
Não quero passar o restante da vida que me resta, cuidando
da casa, das coisas, e dos marmanjos, eu preciso, sinto
necessidade, de fazer algo para mim, algo que me traga satisfação.
Ai, é complicado!
Falar é mais fácil que por em prática. liberdade só é conquistada quando
não há pela frente, nada que ponha empecilhos.
Eu, por enquanto, ainda estou amarrada a vontade do outro. E não
sinto nenhuma segurança em receber carta de alforria.
Uma vez escrava, sempre escrava. Não sei viver de outro jeito!
Nunca viverei só para mim, não faz o meu gênero, afff!
Sou um zerão, esperando por um número que acrescente, por
enquanto, é só pela esquerda, se é que me entende?

Herta Fischer








sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A impiedade dos últimos dias

Saiba disto: Nos últimos dias sobre virão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos,
arrogantes, blasfemos, desobediente aos pais, ingratos,
ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores,
sem domínio  próprio, cruéis, inimigos do bem,
 traidores, precipitados,
soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo
aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se deste também.
São estes os que se introduzem pelas casas e conquistam mulheres
instáveis, sobrecarregadas de pecados, as quais se deixam
 levar por toda espécie de desejos.
Elas estão sempre aprendendo, e jamais conseguem chegar
ao conhecimento da verdade. Como Janes e Jambres
 se opuseram a Moisés, esses também resistem a verdade.
A mente deles é depravada; são reprovados na fé. Não
irão longe, porém, como caso daqueles, a sua insensatez
 será evidente a todos.
Assim diz o profeta Timóteo:
Mas você tem seguido de perto o meu ensinamento,
a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência,
o meu amor, a minha perseverança, as perseguições e os
sofrimentos que enfrentei. Quanta perseguição suportei!
Mas de todas essas coisas o Senhor me livrou. De fato, todos os
que desejam viver piedosamente em Cristo serão perseguidos.
Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, " enganando
e sendo enganados".
Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das
quais tem convicção, pois voc~e sabe de quem o aprendeu. Porque
desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes
 de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça,
para que o homem de Deus esteja apto e plenamente preparado
para toda boa obra.
Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos
e os mortos  por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto
solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo,
repreenda, corrija, exorte com toda paciência e doutrina. Pois virá
o tempo em que não mais suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo
coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os
seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade,
voltando-se para os mitos. Você, porém, seja moderado em tudo, suporte
os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu
ministério. (Timóteo 2 - 4) (N. V. I)

(Falando como homem: Seja qual for seu ministério, que seja regado
de todo bom senso e cumpridora de seu dever.)

Herta Fischer




Politicagem é se beneficiar

Pobres de nós que não temos aonde cairmos mortos.
Ficamos tão presos a matéria, que nem
mesmo sabemos nos desfazer dos restos.
Indigna que sou, alienada a coisas que passam.
Vivemos como se fôssemos donos de nós, fazemos coisas
que nem sabemos para quê.
Me lembro da torre de Babel, quando os homens
se uniram para construir um edifício que, ao
ver deles, alcançassem o céu.
E Deus vendo a tolice que faziam, dividiu-os
em línguas, e não mais se entendiam, portanto,
cada um se pôs no seu lugar.
Disse Deus: É preciso dispersá-los, pois ajuntando-se
não haverá limites, não sei o que serão capazes de fazer!
E agora, com essa globalização, um entra e sai, não
acontece a mesma coisa?
Maus costumes, coisas abomináveis se fazem,
formando uma aliança maligna.
Como seres errantes que somos, toda forma
de prazer se torna aceitável. De um lado, preservam,
 e do outro, jogam no fogo.
Não temos o costume de copiar coisas e atitudes boas, mas
as más, logo se fazem presentes, vem pelo ar, correndo
como cavalo alado, traz dissoluções em suas ventas e cobrem
a terra de terror.
E os homens sorriem pela sua esperteza, mal sabem, que
em sua casa não pode haver paz. Se não construirem paz
com os que estão longe, não poderá haver paz com os
que estão perto.
Como nos velhos tempos, quando ainda se fazia necessário as
 conquistas e os domínios, no tempo
das trevas, havia inimigos por toda parte, entre os países,
entre os clãs e também entre os da própria casa, não havia
como correr, quando a mal chegava, tudo estava acabado.
Atualmente, acontece o mesmo, só que de uma maneira diferente,
quase que não se briga para conquistar território, se briga para
conquistar mercado e votos para  se permanecer no poder.
São os grandes dominando os pequenos, e os pequenos enviando
presentes para os grandes, para se valer de alguma forma.
Eu não entendo, como que pode: Se realmente o povo unido
tivessem força, não seria o povo que decidiria o que seria
melhor para ele?
Se ele (o povo),  é quem escolhe nas urnas os nomes dos que os
representam, Então, por que não sabem escolher? Pois as caras
do poder não muda, são sempre os mesmos. Ora, um, ora, outro,
mas são sempre os mesmos.
Eu acredito que tudo está casado, e quem realmente escolhe não
somos nós. eles fazem de conta, fazem-nos acreditar numa coisa, mas
na realidade, é outra coisa.
Eu manipulo facilmente, quando sou eu mesma quem decido, e é claro que,
se sou eu mesma a criar as leis, lógico que vou criar leis para meu
próprio benefício.
Da mesma forma , se sou eu mesma o responsável pelo meu aumento
salarial, é lógico que farei o que puder para ser o maior possível.
Tudo está tão claro como a luz, só não enxerga quem não quer!
Politicagem é se beneficiar do bem da humanidade, fazendo de conta
que presta serviços, enquanto que, na verdade, eles prestam serviços entre si.
E o povo, por inocência,  ou por orgulho se vê como participante que
na realidade não procede!
Herta Fischer










quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Pagar para ver

Pena que os homens vivem como
se pudessem jogar com a vida,
mudando as peças.
Olha! se você fizer isto e não fizer aquilo,
você será aceito por Deus.
Vá a determinado lugar que você
estará livre de problemas.
Deus gosta mais destes ou daqueles.
Não coma carne, não beba, não
se vista assim, ou assado.
Venha até aqui que sua casa se
 encherá de bênçãos.
Se você está assim, é por falta de Deus
em sua vida.
Adoece porque não tem fé.
É pobre porque não dá o dizimo as
igrejas.
Enfim!
O que realmente importa?
Como os pássaros vivem, não
trabalham, não tem casas, não
se preocupam, mas fazem o que é certo, mesmo
não tendo a consciência que nós temos?
E nós, dotados de inteligência,somos facilmente
incitados a acreditar em fábulas.
Um cristão deve viver como um cristão no mundo,
não dá para separar um do outro.
Vivemos numa sociedade, e como sociedade temos
que nos envolver uns com os outros.
A maneira da sociedade é que nos diz como nos
comportar, como nos vestir, e até como nos
alimentar.
As escolas não podem ensinar em separado, o
que um aprende, todos aprendem.
Deus se coloca a disposição de todos,
ensina quem tem de ensinar e estende
todos os dias o sol tanto para justos, como
para os injustos.
O Deus verdadeiro, assim como "eu" conheço,
não pode ser posto a prova como muitos fazem.
Ele nunca nos disse que se poria a venda, nem que estaria
disposto a troca. Apenas nos ensina o que é melhor
para que vivamos bem.
E a maneira de vivermos bem é esta: Colocar Deus
 no mais alto conceito, como o principal, e
 "Amai-vos uns aos
outros, assim como vos amei!"
Não é uma condição, apenas um conselho!
Deu-nos..e nos dá liberdade de escolha.
Onde você quer chegar,
até o final, ou quer morrer ainda jovem?
Quer viver bem, e em paz, ou quer viver
mal, e  em guerras?
Quer a liberdade ou prefere viver encarcerado?
Quer passar fome, ou quer saciá-la?
Tudo depende de cada um, da forma em que quer viver:
Ou se mostra, ou se esconde, dá a cara a tapa, ou
vive com uma arma na mão?
Por isto, o Filho de Deus nos aconselhou, que vivessemos
de modo digno, assim como ele viveu, confiante de
que o seu cálice, aquele que lhe competia beber, não
seria servido à outro..Assim como disse a Pedro:
Você não pode beber do cálice que para mim foi preparado.
O diabo é o mentiroso, aquele que contraria as determinações de
Deus.
Cristo é o mediador, aquele que nos leva  a presença de Deus Pai,
para que aqui, enquanto vivermos tenhamos firmes a promessa
de vida eterna, promovendo a paz, para que este dia chegue logo.
Viver de acordo com a vontade de Deus, é pessoal, por
isto ele deixou-nos ensinamentos, não nos deixou órfãos,
Transformou em palavras  o seu querer, para que através desta, nós
pudéssemos saber como nos comportar diante dos homens, nos
tratando como irmãos, não como à inimigos.
Uma forma saudável de viver, para o nosso próprio bem. Ele
não precisa de nós, Nós é que precisamos desesperadamente Dele.
Aquele que quer se matar, se mata, aquele que quer viver, vive. Não
é assim?
Um alerta só serve para aqueles que acreditam naquele que alerta.
Os que não acreditam, ficam onde estão, paga para ver!
Quem acredita, arregaça as mangas, e trabalha. para que o
dia não os alcancem de braços cruzados.
Fazer o que é certo, não é fazer o que a maioria faz, é fazer
o que convém, no momento certo, quando o respeito deve
ser a principal meta, e dar condições para que todos vivam bem,
 e em conformidade com a determinação de Deus.
Fazer bem sem olhar a quem, mesmo que fique no último
lugar, mesmo que não haja mais cadeira para sentar-se,
entregue a sua e fique em pé.
Pois, apesar de sermos tão pequenos, Deus nos acolheu, por
 tão grande amor. Agora, por amor a Ele, nós também
possamos acolher uns aos outros.

Herta Fischer



















Euforia não é felicidade

Lá vou eu de novo, polinizar a vida!

Estou quase que, chegando a razão.
Descobri que a felicidade não é estado eufórico,
mas, estado de paz.
Sabe, assim, quando chegamos a praia?
E percebemos que as ondas estão mansas,
entramos na água e nos deixamos levar pela
tranquilidade e paz?
Soltamos o corpo, confiando na subida e na descida,
sem nos preocuparmos com esforços.
É diferente de quando o mar está agitado,
quando precisamos de cautela, é desafiador, por isto
nos assusta.
Não nos entregamos, ficamos despertos, pois não
sabemos ao certo, o que esperar.
A vida, assim como o mar, as vezes se encontra agitada,
outras vezes, tranquila e serena.
Na agitação, ficamos nervosos e eufóricos, achando que
euforia é felicidade. Pronto! gostamos de agitação, somos
desbravadores, quanto mais frio na barriga...melhor!
Só que, depois que a euforia passa, e com ele passa
também o perigo, pois na euforia estamos sujeitos
ao fracasso, ficamos num estado absorto, como
se a felicidade fosse mesmo este estado passageiro, quando
a encontramos em raros momentos de prazer.
Mas, quando esta tudo dando certo e a vida se mostra
serena, tranquila, podemos perceber que nada nos afeta.
Este estado de paz, quando tudo caminha perfeitamente,
como se tudo estivesse exatamente onde deveria estar,
nos coloca sobre as ondas que nos leva em segurança.
Sobe, desce, sem esforços nem medo, nos deixamos
embalar, apenas sentindo o prazer da paz,
Este tipo de prazer é eficaz, não passa, permanece em nós
como corpo e mente da felicidade.
Paz em tudo, é o que queremos, viver sobre uma onda quieta,
olhando para o céu, apenas nos deixando levar. E que venha
o que vier, sobre esta onda entrelaço o espírito com a divindade,
destruo e construo novamente, pois viver é isto, nada mais
que o encontro consigo mesmo, um encontro com
as descobertas um com o outro.
Nós, é que construimos na mente  os sofrimentos, quando
não compreendemos bem o próprio querer, que se desfaz
quando não há sintonia nas ondas. agitação e tranquilidade
juntas podem fazer com que nos percamos no mar, pois
não saberemos a forma de nos comportar, não há como
seguir, mas também não dá para se deixar levar.
Quando se instala esta confusão, estamos
perto de não entender mais nada!
Esta confusão pode nos aproximar da loucura.
Pois o mundo é assim, tão perverso, pois nos
mostra muitas faces, todas misturadas, onde
o que é hoje, pode não ser amanhã, ou
fala-se do que não pode, muito mais do que, o que se pode.
Critica-se mais do que elogia. Dá muito mais motivos
para a confusão do que para a compreensão.
E assim, ficamos tão preocupados em impor presença.
do que apenas nos deixar ver.
E a felicidade se torna,  um amanhã que nunca chega, pois se não
há paz, também não pode haver lugar feliz.

Herta Fischer






quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Só mais um dia

As luzes artificiais acesas,
som de chuva no telhado, silêncio
aqui dentro.
Queria voltar, mas não posso, as
estradas por onde já passei, também passou.
Agora, sou só eu e a saudade de quem
solfejou no passado, agora não solfeja
mais.
Tudo é calmaria, as emoções se desencantaram, nem
o som da chuva que amava, quer dizer algo.
Tudo perde sentido, em meu vagar solitário, a
vaga esta vazia, não ha mais nenhum motivo
para preenchê-la.
É como a terra seca, não ha felicidade nela, nem
cânticos, nem vontade de cantar.
Só dois motivos para continuar: Fé e fé.
Da saga madura, só mesmo o corte, e o
que se aproveita dela ao findar da colheita.
Todo verde, amadurecido e seco, toda espiga,
despida de sementes.
A velhice talvez nos conte o final das dores,
e a lucidez de quem não mais espera,
apenas acontece
em cada amanhecer
que se sonhou.
É só mais um dia!
Herta Fischer





Idade da vaidade

Eu acho que: "Tudo é momento,
o resto é tudo fingimento!"
Vivemos para os outros, nunca
para nós mesmos.
O que queremos mesmo é causar,
é sermos olhados com olhos
pretensiosos, cheios de luxurias,
causando inveja e cobiça.
Até mesmo quando escolhemos alguém
para amar, vamos pelo que vemos, nem
sempre pelo que sentimos.
A beleza em si, é o que nos atraem, não,
porque não conseguirmos gostar do feio,,
mas porque os outros não vão olhar
com bons olhos a  nossa escolha.
Estamos mais preocupados com que os outros
vão achar, mais do que com o que estamos de fato
sentindo.
Por isto é que as meninas(os) deliram quando
estão perto dos seus idolos.
Tiram fotos, pedem autógrafos como se
precisassem provar que estiveram perto deles, para
causar inveja, este é o real prazer.
Mesmo que nunca haja uma real aproximação,
mesmo que nunca haja contato, só o prazer
do fato de muitos o conhecerem através da fama,
causa um grande prazer.
Fútil é o homem, beleza, riqueza  e fama não querem dizer
muita coisa, além de que,  as pessoas ao redor
vão olhar para a gente
de uma forma diferente, com cobiça e inveja no olhar.
É o que queremos, é o que desejamos mais que tudo,
o ciúme é construido pela vaidade do desejo,
que se olhe, mas sem querer que se aproxime.
Pode olhar, desejar, mas não pode chegar próximo,
pois a proximidade atrai, e não há de se querer
ninguém atraído pelo que julga seu.
Buscamos pelo amor?
Não! buscamos uma forma perfeita que transforme a insignificância
do eu sozinho em algo maior que o eu.
Procuramos companhia, algo que faça sossegar o ego, mostrar
que somos capazes, mostrar que podemos causar desejo, que
podemos conquistar.
Nos enfeitamos para chamar a atenção, e quando chamamos a atenção
do que não satisfaz os olhos, ficamos chateados, mas quando
chamamos a atenção de alguém que enche os olhos, ai, sim,
abrimos nosso melhor sorriso, e colocamos nos olhos, a nossa
melhor forma de olhar: o do querer.
Ninguém é atraído sem que antes não  tenha olhado.
Mostrar interesse aguça o interesse.
O resto é consequência de uma boa conversa, ou
de uma boa "pegação".
Se correspondido de ambas as partes, a coisa anda, mas se
um se interessar menos que o outro, a demanda acaba.
É assim! De momentos e fingimentos, vamos vivendo, até que
chegue a idade do não mais precisar fingir, pois
o momento vai ficando cada vez mais encolhido, então, o sentir
acaba fazendo muito mais sentido que a própria forma de sentir.
É a idade do sentimento, não do prazer. onde se descobre
que um ídolo não é nada, a não ser, para aquele que lhe dá importancia!

Herta Fischer













O amor que não sinto

Meu dia é uma página em branco,
não tenho lápis, não tenho ideia, mas
as horas contam minha história.
Tem dia que estou sem vontade, noutro
estou cheia de energia.
Fico triste com o descaso, ou
a falta de ordem em mim, pois
o novo, sempre é intrigante.
Tenho medo das respostas que
encontro em mim, quando
me questiono a respeito
do que sinto.
Eu acredito que nunca amei, que não
amo da forma devida, pois ainda
não cheguei onde devia.
Estou presa a inconstância da
vida, tenho medo de ir em frente
e encarar o que há de vir.
Talvez, eu explique melhor: Não existe
inconstância na vida, mas, sim, inconstância
de sentimentos em mim.
Eu é que ainda estou derrapando no
conhecimento, parada no lugar, deliberadamente,
deslizando e patinando sobre o que eu
acho que tem de ser.
Se eu não acredito no que falo?
Sim! eu acredito piamente, sem nenhuma
 sombra de dúvida, só não consigo
me separar de mim, e desta natureza tão rude que,
me esmaga e me desperta para uma realidade
crua, na qual tenho que ser atriz, sempre atuando
e serpenteando conforme os
papéis que me chegam.
Sabe, quando a gente precisa viver com um pé na frente,
 e outro atrás, pronto para dar meia volta?
Pois é! Detesto não acreditar, detesto ter que colocar as pessoas
em quarentena. Será que confio, ou desconfio?
Então, sobre este conceito: do não poder colocar a mão
no fogo, é que duvido do amor que digo sentir.
Pois o amor, para mim, é pleno, livre de julgamentos, livre
de sensualidade, não vê o rosto, propriamente dito,
nem vive sobre condições, é sentido e renúncia, é
o bem e seus favores.
É estar no bem estar, é saber o que o outro quer, antes dele mesmo.
É ser, não é crer, é realização antes de desejo, é ver o outro
como ele próprio se vê.
Então, eu falo, mas duvido que este amor more em mim, por enquanto
ele é apenas a esperança quando o dia morre.
Talvez por isto mesmo ainda não encerrei minhas buscas,
quem sabe, um dia?
Herta Fischer







Síndrome do pôr do sol

Eu tenho a síndrome do pôr do sol, talvez,
por pronunciar o fim de um ciclo, sei lá!
Me dá uma tristeza, quase que uma agonia, quando
o sol morre no horizonte, tingindo
o céu de cores alegres, mas em meu ser,
as cores não ficam agradáveis.
 Sempre que a noite mata o dia, eu
saio para fazer caminhada, caminhando, eu
não sinto tanto os efeitos do fim.
Ao amanhecer de um novo dia, eu volto
a ser como era antes, os afazeres
do dia me mantém ocupada, gosto do barulho
da natureza urbana, quando os cães latem
por pouco e as crianças com som dos sorrisos
alegres e descontraídos, fazendo-me crer
que a resposta da vida veio cheio de novas esperanças.
Diz um poeta: "Não me importo com o sofrimento,
a esperança é que me mata"!
È verdade! Em termos, pois a esperança morre
no final da tarde, quando colocamos os
ossos para descansar.
Nada se ouve, o espírito se aquieta por um momento,
e a lúgubre sombra da morte que ruge, deixa
minha alma atormentada.
Não a morte em si, mas a longa espera
por algo que nunca chega, por algo
que se espera e demorada é a sua chegada.
Quando não se tem mais esperanças, a alma
chega ao seu limite, e começa-se então a
amarrar o corpo num tronco, e sobre
chicotadas ferozes, danifica-o como se
assim pudesse resolver a própria vontade.
abrindo um caminho de fuga.
Ninguém garante que essa fuga é eficaz, pois
muitas vezes, abre-se um caminho muito
maior de sofrimentos.
A tarde, para mim, significa dor de não
poder segurar a luz por mais tempo,
dor de não poder dar
ao projeto, a continuidade. É o
trabalho interrompido para descanso,
e isto significa o não saber ao certo, se
o amanhã me trará as mesmas possibilidades.
Pois ao dormir, tudo me é incerto!
Herta Fischer





terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Filho pródigo

Não importa com quem esteja, onde
esteja, como vive e com quem.
O mais importante é fazer da vida
um bom momento para se viver.
Ficamos tão presos a histórias 
insignificantes que nada muda,
ao invés de agradecer
pelo que se tem.
Nosso defeito é esperar
demais, contestar coisas
óbvias e sofrer por
nada.
Enquanto o tempo passa,
e como ele nós passamos, 
os problemas também passam
de um jeito ou de outro,
até as dores secam.
Ao final de tudo poderemos
observar o tempo que perdemos
plantando o que não se come,
e comendo o que não satisfaz.
Honrar Aquele que nos fez é
aceitar o que vier.
Quando o Salvador estava prestes a
sacrificar sua vida, Ele disse ao
Pai: "Se for da sua vontade, livra-me deste cálice!"
Ele sabia, por obediência, não ser dono de sua vontade,
mas, estava sujeito a vontade Daquele que o
destinou.
Pouco importa o sofrimento, se é por ele que chegamos
a perfeição de Cristo. Nenhum homem por si só
se torna perfeito, exceto por Aquele que se tornou
perfeito pelo batismo do sofrimento e também
experimentou a morte.
Sejamos nós também batizados pelo sofrimento
de Cristo, que seguramente nos diz: "levei cativo
o cativeiro!" significando que não
mais seriamos escravos do pecado, pois Cristo
nos deu boa consciência de que, mesmo
pecadores, não nos tornaremos mais escravos
do pecado, pois por meio Dele nos tornamos
perfeitos Nele, se assim for da vontade do Pai.
Assim como escolheu Paulo para levar
aos gentios o conhecimento do Deus verdadeiro,
Paulo também era cativo do pecado, assim como nós.
 Ele perseguiu a igreja de Deus, e através dele, Deus nos
mostrou a grandeza de Sua misericórdia para
com aqueles que estavam perdidos.
Como filhos pródigos,  deixamos nossa casa
paternal para viver na luxúria, gastávamos nosso tempo
e nossas energias naquilo que não tinha valor, mas
ao decorrer do tempo, não achamos mais nosso
lugar entre os homens, todos nos viraram as costas,
e voltando, fomos recebidos com banquetes de amor.
Aqueles que estavam seguros como alguns do povo
de Israel, que são irmãos, ficaram entristecidos
por acharem que mereciam mais do que já
estavam recebendo, e Cristo lhes diz:
Vocês já estão seguros dentro de casa, tudo que tenho
já pertence a vocês, mas aquele que estava longe,
e perdido em seus prazeres, a casa retorna.
Quer uma alegria maior do que esta?
Fomos os últimos a chegar, e recebemos
a mesma gloria dos que chegaram primeiro.
Não estávamos perdidos por que  queríamos,
mas porque Deus nos criou assim, sobre a
liberdade, em separado, para que cada
um pudesse ser criado a maneira do mundo,
e ao mundo se sujeitasse.
Enquanto que, os Israelitas foram criados
para a obediência a Deus, se sujeitando
as leis criadas para eles.
Quando porém, no tempo determinado, Deus
nos acolheu, vencendo o que nos colocava sobre
sua sujeição, a saber, o mundo.
Por meio de Cristo, de seu padecimento
e morte, nós pudéssemos ser aceitos
como a volta do filho pródigo, para
mais perfeita alegria dos anjos e de Deus.
Nos coroastes pelo sacrifício, tornando-nos
participantes da promessa da vida eterna, por
meio da árvore da vida que é Cristo.
Que o Senhor seja o nosso guia, e
nosso conselheiro enquanto aguardamos
pela sua vinda em gloria, para enfim,
recebermos a coroa da vida.
 Herta Fischer




Fisioterapia da alma.

Tudo o que vai além da sã doutrina é coisa
de homem.
E o homem. na intensão de ser príncipe,
constrói o seu castelo de mentiras e
nele mora.
Envolve os súditos em suas teias,
como um rei totalmente perdido.
Dentro da concepção humana, ele,
o homem, é deus, cada um agindo
à seu próprio modo,
como se ele fosse o centro e os
outros ficassem colhendo o
que está ao redor dele.
Nascemos sem sabedoria alguma, tudo
o que fazemos, de alguma forma, foi
aprendido com alguém. Todavia,
quando alcançamos a maturidade,
precisamos buscar respostas
por nós mesmos.
Pois, ao nos colocarmos pendurados
em sabedoria alheia, corremos
o risco de nos tornarmos escravos deles.
Tenho em mim o dom de não ficar parada
nas estações, gosto de caminhar até
que o trem enfim chegue. Uso
meus pés para caminhar, nunca gostei
de ser escora, nem de escorar.
Vou descobrindo nos sofrimentos a
minha melhor forma de agir, de falar,
e até de compartilhar, nunca
digo: " Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!"
Tudo o que prego é objeto de minhas próprias experiências,
sou cavaleiro, não ando na garupa, pois
acredito que ao aprender a usar as rédeas,
consequentemente, este aprendizado me
ajuda a direcionar melhor o que me leva para
que eu chegue onde tenho que chegar.
Na segurança da fé que construo, sem no entanto,
acreditar que só comigo não acontece, pois mesmo
que venha a acontecer, não me distraio com culpa
ou medo.
Ninguém busca por algo que já tem, nem
procura por aquilo que não perdeu, nem
vive em vão o seu dia!
Cada um em seu lugar procura pelo jeito
mais cômodo de se sentar, mas nem todos
conseguem uma boa posição.
Uma postura viciada pode não permitir
que o torto fique direito.
Uma boa forma de viver um pouco melhor
é relaxar os músculos da mente, e absorver
melhor o oxigênio da esperança. Uma boa
fisioterapia de palavras edificantes podem
ajudar nas dores que as más posturas
provocam.
No demais, é viver com a mente livre
das mentiras que o povo inventa
para justificar-se perante ele mesmo.

Herta Fischer





segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A essência das palavras

Que bom gente! estou vendo que
não só os americanos, mas também
os brasileiros estão na área.
Bom saber que estamos todos juntos,
que podemos, sim, agregar valores.
Não importa o silêncio, no silêncio
também se constrói, estar
presente de alguma forma é
que vale.
E estou agradecida com todos
que, de alguma forma, estão presentes
em minha história, muito mais ainda,
aqueles que não me conhecem
 pessoalmente.
Diz a escritura: O profeta não tem valor
 em sua própria casa !
Não estou dizendo que sou profeta, longe
de mim, só estou dizendo, que mais
valor se encontra fora, do que dentro.
Não sei se é pelo estar presente, ou,
por se ter o objeto próximo, que ele
se torna algo que faz parte, e o
que a gente busca é o objeto
que ainda não se conquistou.
Ou ainda: Nascem-se ciúmes daquilo que se conhece,
 enquanto que, não há ciúmes ainda, daquilo que não
se possui.
Não sei, só sei que, prefiro mesmo, uma boa conversa
com um estranho, do que, uma simples conversa
com os de "casa"!
Ninguém gosta de criticas, e toda conversa, por mais
amena que seja, ao confrontarmos com a ideia do
outro, obviamente se resume em debate.
O outro vai julgar as palavras como açoites, ou
algo que fere, pois toda palavra de alguma forma
nos afetam, por meio daquilo que se diz, a gente
se autoanalisa e automaticamente estaremos
prontos para a defesa,
Normal!  Assim sendo, é claro que, ao escrevermos
para pessoas desconhecidas, elas apenas usarão
as palavras para reflexões em relação a elas mesmas,
sem no entanto, achar que se está falando delas,
e sim, para elas.
Cada um tirará da palavra, a sua essência sem prejulgar
o que está sendo dito.
Herta Fischer






Galhos dançantes

Hoje me sinto melhor,
foi-se a fase dos resmungos,
nem todos os dias são iguais.
Mais leve é o fardo deste dia, minhas
forças aumentaram.
Preciso, as vezes, extravasar meus
sentimentos negativos. Pô-los para
fora, ao invés de cultivá-los em mim.
Se mantivermos mágoa dentro, há de
tornar-se visível fora.
Procuro entender-me, porém, ao
entender-me, me descabelo, ruim
saber o mal que se esconde na gente,
os desejos reprimidos, ou
culpa por vê-los tão expostos.
Não que eu não queira me afastar de tudo,
não que eu não queira fazer uma limpeza,
mas a natureza é implacável, quem
nasce para morder, morde, quem nasce
para acariciar, acaricia, por
isto é tão difícil decifrarmos.
Tão louco é procurar respostas, tão mais
louco é encontrá-las.
Tudo nos parece fácil quando esta perto
da gente, mas, o que está distante é o que
nos  tenta, e as tentações é que nos põe
a prova.
E provavelmente, seremos reprovados, a vida
passa e estamos de olho no amanhã, algo
que nunca alcançaremos.
Ficaremos velhos, e nem mesmo a velhice
nos incentiva a parar, constantemente, em qualquer
idade, ainda estaremos despertos e abertos aos
desejos, consequentemente viveremos agitados
como galhos dançantes ao soar enganador do
 assovio dos ventos.
Herta Fischer





domingo, 15 de fevereiro de 2015

Eu fico de fora

Talvez eu tenha que falar de um modo objetivo,
sem usar de subterfúgios.
Eu sempre lutei para fazer o que é certo aos olhos dos outros,
talvez seja, por tentar me achar em meio à muitos,
eu tenha de fato, me perdido.
Sempre fui muito rude comigo mesma, esperando demais
de minha própria capacidade, não me
dou bem com erros.
Só que, por mais que fizesse para o bem dos
outros, eu sempre ficava a ver navios.
Falo o que penso, por isto estou sempre sozinha.
Cansei de fazer a vontade dos outros, a dizer sim,
 quando deveria dizer não,só para não magoar.
Mas, as pessoas nos magoam e nem se importam,
não sofrem, não estão nem ai.
Aqueles que não são sinceros, que são
pessoas amáveis pela frente, e por detrás metem o pau,
estes são valorizados, amados e procurados.
Trocam-se por um punhado de coisas, como
se fizessem parte de comércio.
Eu não sei, posso estar errada, mas me recuso
a botar um preço em mim.
Se é por amor, eu aceito, mas
se tem algum sentimento obscuro que só
procura quando se faz necessário, eu sofro.
Tenho sofrido muito por estar sempre que
me procuram, faço até o que não posso, abro
mão das minhas coisas, para dar-lhes conforto.
Porém, logo que estejam bem, me esquecem,
e ficam falando mal de mim pelas costas,
ou simplesmente, me ignoram.
Não fico jogando confete, mesmo porque não
estou em festa, detesto hipocrisias.
Não suporto sangue sugas, tenho pavor deste
tipo de gente, talvez por isto eu
seja tão descriminada.
Minha família é uma farsa, mas estão
num pedestal, como se fossem santos.
Eu estou aqui embaixo, esperando por migalhas
de afeto, como um passarinho esperando
pelo alimento, estando fora do ninho.
 Herta Fischer





Amor de mentirinha

Falo sobre o amor, almejo-o
mas não o conheço.
Como eu gostaria de senti-lo,
na forma mais completa, todos amam,
menos eu.
Amor é luxuria, amor é satisfação,
amor é dá cá.
Amor é chamar para beber, é comprar com
presentes, é estar para ser visto,
é falar o que não sente, é destribuir
migalhas na ombreira da porta.
É escravizar por pouco, fazendo
de conta que é fiel.
É rodear com uma corda, e pular
sem ter motivo, enforcar sem
mostrar o laço.
É falar pelas costas, e destribuir
beijos pela frente.
É sentir  e encobrir, é deitar na palha
e fazer de conta que é veludo.
É ficar na penúmbra mesmo
em dia perfeito, é se espantar
com o medo, e de medo morrer.
É na dança ficar de lado, sorrindo
sem ter vontade, é esconder-se
da dor.
É fazer de conta, é ser o avesso
sem mostrar a própria face, é
fazer o outro, sem mostrar
quem o fêz.
É somar tirando, é dividir
multiplicando, é
resolver problema  sem
nenhum problema. facilitar
e não complicar.
É ferir e esconder a mão, é
ser simplesmente ilusão, e mentir
sem ficar vermelho.
Este é a forma do amor esperado,
mentira de ser mimado, encontrar
o que não perdeu.
Eu desconheço o amor, por não
fazer parte daqueles que preferem viver
e confiar no amor mentiroso.


Herta Fischer







Sem eira nem beira...nuvem sem água

Talvez, se me forem abertas feridas por
todo corpo, se
apiedassem de mim,
Quem sou, se não uma pilha esquecida
numa gaveta qualquer, esparramando
lágrimas fétidas em meio
ácidos inúites que corroem, nem
mesmo a gaveta faz algum caso da minha dor.
Inútil que sou, como a enxada enferrujada e
quebrada de um lavrador, que a
deixa esquecida num canto, e que, talvez,
quando tudo lhe faltar e só sobrar eu, num
canto , a esperar pelo  uso, talvez, ele se lembrem
que ainda estou lá, e num último acaso, quando
o mato tomar conta, e todas as ferramentas
faltarem, me tornarei tão importante outra vez.
Todos sorriem, enquanto choro um lamento doloroso,
pois em mim só há fracasso.
Sou o nada que o homem procura desesperadamente
num sentido abstrato, quando a mente busca
o que não vê.
Sou carrasco, sou feiura, sou o que não querem.
Falsa joia pendurada entre as que realmente
tem valor.
Outras ficam intactas, e eu me enferrujo sem querer,
pois é esta a minha porção.
Não da para lutar contra ela, uma vez tomada , não
tem como reverter. Corrói, amarga, e transforma-se em algo
que ninguém quer.
Não há mais lugar para mim. Sou engano, sou amargura,
sou o que chamam de escória,
Quem me dera já tivesse o fim que mereço, sobre
uma cova embaixo de um grande carvalho,
onde os homens inocentes pudessem me fazer
companhia desfrutando a sombra, sem saber que estou ali.
Pois se soubessem, nem chegariam perto.

Herta Fischer
.




sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Razão e loucura

Ai gente, me perdoem!
Mas, preciso contar esta história,
já que vivo fora da realidade.
 Numa sala, a razão e
a loucura sentam lado a lado.
A razão lhe pergunta:
-Quem é você, de onde vem?
Meio constrangido pela falta
de cultura, a loucura responde:
Da lua, sou alucinógeno!
-Como assim, aluninógeno?
-Ah, sei lá, lunático,alucinógeno,
lunático, dá no mesmo!
_ Quem te definiu assim?
-Ouvi falar, aliás, é assim
que me chamam na maioria das
vezes, só porque sou contra
os demais.
Saio rodopiando, torcendo
o nariz, buzinando com
a boca, dirigindo minha
bicicleta na contra mão.
-Ah, você tem bicicleta?
-Não!
-Então como dirige, se não tem uma?
-Dirigindo, ora! Não sabe o
que é fazer de conta?
Chupo limão! e nem faço cara feia, quer ver?
-Não temos limão aqui!
-E precisa? Vai sem limão mesmo!
não sabe fazer de conta?
-Sei, sim!
-Então? Não parece!
Sabe tomar água de canudinho?
-Sei, claro, mas isto não é normal!
-E o que é normal?
fazer do jeito que todos fazem?
Nunca chegou num lugar, onde
havia um córrego de água
suja, ao colocar a mão
por baixo, encontrou
uma nascente, sem nada
para tirar água limpa que se misturava com a
água suja, pegou um canudinho,
colocou na fenda e tomou a água?
-Que fenda, do que esta falando?
-Ah, vejo que não tem noção nenhuma
senhora razão!
Nunca foi doida?
-As vezes!
-Porque, só as vezes, me parece tão lúcida,
mas vejo que não sabe muita coisa!
-Como assim?
-Já esteve na lua, já pegou alguma estrela com as
mãos, já brincou de pega-pega?
-De pega-pega, sim, só não peguei
nenhuma estrela com minhas mãos, nem
estive na lua!
-Nem tem imaginação, pelo visto!
Eu vivo no mundo da lua, já
comi pitangas por lá, não
sabe o que é pitanga? Não, né?
-É claro que sei!
-O que é? me diga então!
-Uma frutinha vermelha!
-Não! Errou! uma frutinha azul!
-Azul???  Onde?
-Na lua!
Ah! Ah! Eu sabia, você nunca esteve lá,
Tá vendo, senhora razão, nem sempre
tem razão!
-É, nem sempre, as vezes a loucura
também sabe!
-Eu sei! procuram decifrar-me,
mas é loucura tentar me entender,
pois de louco não tenho nada!
- Será?
-Claro, de onde pensa que sai?
-Da falta de razão, talvez!
-Não, da falta de compreensão!
-Por quê?
-Ninguém me conta coisas certas, só fantasias,
ninguém me ama, só fogem de mim!
-Quem foge?
-Você!
-Eu?
-È, você mesma!
- Anda á meu lado, mas me vira a cara!
-Eu não viro a cara para você!
-Vira, sim, como você fez agora,
pensa que não vi?
-Viu o quê?
- Você olhou para o lado e torceu o
nariz!
- Não fiz isso!
- Tá bom, faço de conta que acredito,
é minha sina!
-Sua sina é se enganar?
- Tá vendo como você sabe?
- Sabe o que?
-Que virou a cara para mim!
-Quando virei a cara para você,
eu só queria te entender!
- Não precisa virar a cara
para me entender!
- Como assim?
-Só me conhece, aquele que
me encara!
 Herta Fischer


´-








Festa no temporal

Final de semana...avenida,
danças, alegrias, orgias e bebida,
semana que vem, busca por comida.
Que trem bom...
Povo sofre mas não aprende,
comemora o que não tem.
País fedendo, roupa suja
no cesto ... e alegria,
muita alegria.
São aqueles que vê o barco afundar
e dizem: Deixa que afunde.
depois a gente vê o que faz!
Segunda feira é dia de reclamar,
sexta, sábado e domingo
é dia de farrear.
Melhor morrer se divertindo,
que viver sem nenhum prazer.
Já que o barco está afundando, não
adianta fazer nada, hoje eu só
quero fazer de conta.
E lá eu vou, atrás da bandinha,
que se dane a tal da Raimundinha!
É...Nem preciso dizer que:
depois não reclame! se
o país vai mal, se tudo
tem preço muito alto,
se na sua casa é só fartura "farta tudo"!
Porque a "festa", meu amigo? esta rolando
faz tempo, só você não vê!

Herta Fischer



O mundo inverso

Em casa nem se tem o que comer,
mas na rua se quer
aparecer.
Aluguel atrasado, no rosto
a pintura e o prazer.
Leitura? que nada!
Pra que aprender,
se nada muda,
se do que  se cuida,
é mesmo o
que tem.
Farinha no saco,
um carro na garagem,
para que mais,
Se é  "nóis" o que
 ganha mais.
Cadeia, fome zero, o zelosos
é que se ferram.
Ficamos amarrados,
enquanto os presos
comem bem.
que vantagem leva
o bem, se é o mal
que tem poder.
A família do exilado,
vive bem e exaltado,
enquanto que o ser
 honesto, já está
 ultrapassado,
vive triste e minguado,
na cadeira da escola sentado,
só para fazer de
conta que é estudado.
Rola se enrola
e nada tem.
Herta Fischer











Vida de gado

Hê, ôô.. vida de gado,
povo marcado é... povo feliz!
Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.

 Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.

 O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.

(Zé Ramalho)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bons pais, bons professores

O que mais eu posso falar sobre
a vida,
além de que devemos viver confiantes?
Dar o devido cuidado a tudo que é nosso,
ou melhor: a tudo que é colocado sobre
a nossa responsabilidade!
Até que se finalize os nossos dias,
é isto que devemos fazer:
Não ir além do que nos convém!
Ao término de cada etapa do trabalho,
quando for passado a responsablidade
para outro, confiemos cegamente que
o que dá continuidade ao nosso trabalho
também será capaz, da mesma forma
em que fomos capazes de realizar um bom trabalho
até o fim, eles também serão capazes pelo
que aprenderam de nós.
Assim como o animal dá o leite até que o filho
se capacite e aprenda a se virar sozinho, nós
também possamos fornecer leite somente
até esse ponto, não mais.
Dai, vai da razão ou da não razão de cada um,
não porque não aprenderam, mas porque aprenderam,
não terão do que reclamar.
Sigamos nosso caminho em paz...
Herta Fischer


Conselhos

Aqui vai alguns trechos dos ensinamentos do Senhor Jesus:
Ninguém acende uma lâmpada e a coloca em lugar onde fique
escondida, ou debaixo de uma vasilha. Ao contrário,
coloca-a num lugar apropriado, para os que entrem possam ver a luz.
Os olhos são à lâmpada do corpo, quando os seus olhos forem bons,
igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz.
Mas quando forem maus, igualmente o seu corpo estará cheio de trevas.
Portanto, cuidado com a luz que está em seu interior não sejam trevas.
Logo, se todo o seu corpo estiver cheio de luz, e nenhuma parte dele
 estiver em trevas, estará completamente iluminado., como quando a
luz da lâmpada brilha sobre você. (Lucas 11, 33)

"Vocês fariseus, limpam o exterior do copo e do prato, mas interiormente
estão cheios de ganância e  de maldade. Insensatos! Quem fez o exterior não
fez também o interior? Mas. deem o que está dentro do prato como esmola,
e verão que tudo lhes ficará limpo. (Lucas 11, 39)

Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância, a vida de um
homem não consiste na quantidade de seus bens.

Então lhes contou uma parábola: A terra de certo homem produziu muito.
Ele pensou consigo mesmo: O que vou fazer? Não tenho onde armazenar
minha colheita.
então disse: Já sei o que eu vou fazer, vou derrubar os meus celeiros e
construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos
os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens,
armazenados por muitos anos, Descanse, coma, beba e alegre-se.
Contudo, Deus lhe disse: Insensato! Está  mesma noite sua vida lhe será exigida.
Então, quem ficará com o que você preparou?
Assim acontece com quem guarda para si riquezas,
 mas não é rico para com Deus. (Lucas 11, 12... 13)


Portanto, eu lhes digo: não se preocupem com a sua própria vida,
quanto ao que comer, nem com o seu próprio corpo, quanto ao que vestir.
A vida é mais importante do que a comida, e o corpo mais do que as roupas,
Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não tem armazéns nem
celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês tem muito mais valor
do que as aves! Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar
uma hora que seja à sua vida ? Visto que vocês não podem fazer uma coisa
tão pequena, porque se preocupar com o restante? (Lucas 12,13...22)





Abandono

Eis um pulo
em meio a carros, num sinaleiro qualquer,
que susto!
Sou eu!
Maltrapilho e triste,
desanimado com
alguma coisa na mão,
algo que nem é meu.
alguém mais esperto quer
viver.
e eu? Não posso!
Onde está quem
se obrigou a me acolher,
mas não acolheu.
Que pai foi este que me fez
para descartar?
E minha mãe, nem
sorriu ao me ver nascer.
Eu sou,
mas não parece
que sou.
Jogado como sapato velho
dentro da valeta, levado
pela enxurrada, me
ponho nas calçadas,
mas que validade me
assiste?
Que sonho, que nada,
nem vou, nem venho,
sou o momento, como
o vento,
que nada deixa
e nada requer.
Quem sabe, Deus esta comigo,
pois o que enfrento
é que é poder.
 Herta Fischer


Julgamentos dormem em nossa porta

É pessoas!
Aqui deixo registrado o amor.
Tenho uma certa ganância
por bom conteúdo.
Já li tantos livros, sobre
muitos temas, tenho uma mente
um tanto aguçada, muito
perceptiva e peculiar.
Guardo  na mente,coisas que nem conheço,
tenho uma forma de pensar e sentir,
que eu mesma não entendo.
Tantas vezes já fui julgada pela maneira
que sou e que penso, muitos me tacham
de arrogante,
como se fosse culpada por ser assim.
Eu queria ser como a maioria que
tem preguiça para pensar, quem não pensa,
vive melhor, sempre na defensiva em relação
aos outros, resmungando e reclamando, mas
vivem melhor.
Não se ter desejos, é que é ruim.
Como um sapo seco a luz do sol, eu me sinto,
em relação ao comportamento do mundo,
que só quer conquistar coisas.
Tem compulsão por compras,sentem-se
no paraíso a contemplar joias preciosas, e
são loucas por presentes.
Para minha pessoa isto não tem valor algum,
se pudesse pularia essa parte.
Costumo dizer que: se o comercio dependesse
de mim, ficaria no vermelho.
Eu só compro o que é extremamente necessário,
e as vezes, compro alguma superficialidade,
só para satisfazer egos alheios.
Porque vivemos de aparência.
Nunca poderemos ser do jeito que queremos,
vivemos para os outros, nunca
para nós mesmos.
 Pois os julgamentos dormem em nossa porta.
 Herta Fischer



Tabuleiro da vida

Num tabuleiro construido por minhas mãos eu
vou desenhando metas.
Cada peça que coloco é muito
bem tolhida.
Em uma das mãos, dois olhos, em cada
olho, uma percepção.
O fazer exige olhar.
Enxergando bem o que se faz, se faz melhor.
Não se constrói nada no escuro, nem
sem que antes, planeje.
Quando tenho que lavar minha casa, eu antes, preciso
 tirar os moveis do lugar, senão, estrago-os.
Se contar só experiências boas, não cresço, nem
faço bem algum.
Se dissesse que conheço a vida, de cabo a rabo, minto.
Aprendo lições todos os dias, nos encontros e
desencontros das horas, naquilo que faço, e nem percebo,
naquilo que olho, e não entendo.
Quisera eu, pintar uma vida perfeita, quisera eu, contar
uma história de vitórias, mas, na verdade, eu conto
a verdade dos fatos, a vida nunca será do jeito que idealizamos.
Nem todos os sonhos são realizáveis, nem todo planejamento
sai do papel.
Escura é a noite, mas também há tropeços a luz.
Escorregadia é a passagem que nos leva a Pátria,
qualquer desatenção pode ser o fim.
Eu ouvi um menino falando dias atrás: Sofri
um acidente de ônibus, ele caiu na ribanceira,
no último minuto, troquei de lugar com um amigo,
e ele morreu no meu lugar.
Deus estava comigo, e me alertou, por isto,
fui salvo.
Isso quer dizer o quê?
Que Deus favorece um, desfavorecendo outro?
Que temos de diferente, para acharmos que somos
melhores?
Cada um tem seu momento, cada história se desvela à sua maneira,
há de se ter cada um o seu tempo predeterminado?
 Eu tenho, por mim, que Deus é imparcial, estamos
em perigo á todo momento, pois, Deus não vê a morte
com os nossos olhos.
A superioridade de Deus é infinita, somos, ante a sua face,
vermezinhos rastejantes.
Compreender a vida e a morte, exige-se uma compreensão
de Deus. E quem é poderoso o suficiente para sondar
Seus pensamentos?
Ele nos fez para o mundo, no entanto, nos deu a oportunidade
de fazermos parte de sua família, venceu a morte, então, para Ele,
a morte não faz mais nenhum sentido.
Nós, é que, arraigados a matéria, fazemos tanta questão
do "estar vivo," "ou continuar vivos".
Sabendo que um dia vamos morrer, ainda assim, planejamos,
ficar aqui para sempre.
Eu sinto mais pena, dos que ficam, do que, aquele que vai.
O que vai, já está liberto, as suas cargas já foram retiradas,
sua missão já foi cumprida.
Ele espera pela redenção do corpo, para que em espírito
possa viver para Deus.
Isto é estar em Cristo, crendo que a morte se faz necessário
para herdar a vida eterna. E os
que morrem, para o Senhor o faz, assim como aquele
que ainda vive, também para o Senhor o faz.
Quando se tem esta consciência, de que a morte
não tem mais domínio, por meio Daquele que
morreu por nós, e que vencendo a morte, foi
ressuscitado por Deus Pai.
Nós pudéssemos ter a certeza de que, ao sofrermos
as perdas demasiadamente e sem esperança,
 ainda não estamos perfeitamente em Cristo.
Pois fiel é a palavra: "Todo aquele que Nele crê, já passou da
morte para a vida!" (bíblia)
Herta Fischer











Fé, fé e fé

Bom da!
Ainda atrelada a vida
não bem vivida.
Quero ser anjo e
não tenho asas,
quero ajudar, mas primeiro
tenho que me fortalecer,
provando a mim mesma,
que sei o que não sei.
minha vida daria um novela,
são muitas  as experiências,
boas e más, porém, isto
não significa saber.
Sei para mim, ou quase,
pois, mesmo sabendo
de muitas coisas, ainda
assim, não me livro do
medo totalmente.
A carne da suas respostas,
as perdas ainda são eminentes,
e as asas, fracas para socorrer.
Não tenho medo da vida,
tenho medo do mundo que
não aceitou Deus como
escudo, e sendo assim, não
respeitam leis nem limites.
Tempo da escuridão, onde
pessoas cometem atrocidades
em plena luz do dia.
O que espero, é fé,
o que vivo, é fé.
Se me  domino, é fé.
Se sou força, é fé,
Se ainda sigo, é fé.
Meu socorro, é fé no único
poder que pode nos livrar
e sustentar em meio
aos abrolhos.
Pois o que dá sustentação
aos meus dias, é a fé que
semeias em mim.
Obrigado Senhor Jesus!

Herta Fischer





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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mente da preguiça

Não esperem por mim, vâo
lá e façam!
Eu sou a preguiça, não sou temor,
nem coragem.
Sou a esquina do seu lar, sou o fracasso
em pessoa.
Não lamento nem acho graça,
não brigo, nem pleiteio paz.
Gosto de sondar as ruas, estou
sempre entre os beberrões.
Em casas noturnas desfaço minha cama,
 e em berços de palha durmo ao
nascer o sol.
Sou fedor que não passa, sou fome,
sou malícia.
Como das sobras, e não me importo
com quem trabalha,
De onde vem a comida, se tem preço,
isto não me assusta.
Sou preguiça, sou sem vontade,
nada me detém
quando penso em dormir,
ou toscanejar.
Por isto, sou pobreza, sou
casa escorada, sou telhas
quebradas, casa sem cor.
Mato subindo a rua,
escada e calçada suja,
musgo em todo lugar.
Se morrer, é encostado,
se viver, é sossegado,
sentado em
qualquer lugar
vendo a vida
passar.

herta Fischer


Boa estrutura familiar e social

Eu sei que é difícil viver em meio a sociedade,
seus costumes nem sempre trazem benefícios,
Desenha-se um quadro, pinta-se as paisagens,
depois se limitam a pintar e desenhar da mesma forma,
com as mesmas cores, tentando clonagem.
Não da para ser clone, não somos todos
iguais, pelo menos, não, no que diz respeito
a pessoa em si. Cada um tem a sua forma de sonhar,
de querer e poder ser inserido da melhor forma dentro
do ambiente em que vive.
Não temos a mesma proporção de corpos, para cada um,
um manequim que se difere em numeração.
Não podemos colocar o menor no maior, nem o maior
no menor, tudo tem que ser ajustado conforme o
tamanho do corpo em si.
Assim como não podemos sugerir que todos gostem da
mesma cor, ou comam todos do mesmo prato,
assim também, devemos aprender a respeitar
o maneira do outro viver, mesmo que seja diferentemente
da maneira em que vivemos.
Para entender o outro, primeiro há de se entender o
que se passa dentro da gente, pois as necessidades
 são as mesmas, embora o que se deseje seja diferente.
Respeitar limites, construindo o nosso próprio limite,
dentro da realidade de uma sociedade, pois por mais
que queiramos fazer valer o nosso querer, nem tudo
é aceitável para todos.
Eu posso fazer o que quiser comigo mesma, mas não posso fazer
tudo o que quero quando se trata de outros.
Eu posso mudar a estrutura da minha casa, mas não posso interferir
 na estrutura da casa do meu vizinho.
E assim consequentemente, o que é bom para mim, nem sempre
é o melhor para todos, há de se estudar um modo eficaz,
onde se torne melhor para o conjunto.
Atualmente, é quase impossível conviver, pois cada um
desenha-se como quer, pinta-se da cor que gosta, e quer por
que quer ser aceito da forma que é, sem se importar com
o que o outro quer ou gosta, quer se impor a sua maneira,
mas não aceita imposições.
Por isto eu gosto tanto da palavra, bom senso, senso comum,
e amor. "O que não quero para mim, também não desejo para
ninguém"!
Herta Fischer










Escuridão dos vicios

Eu não sei se todos sabem o
que é viver a meia luz, ou viver
na escuridão total.
Viver a meia luz significa enxergar a meio metro,
ou até onde a luminosidade chega.
Neste caso não é necessário usar toda a
percepção, apenas um meio sentido, pois os
olhos veem a maioria das coisas que estão por
perto.
Aos pés de quem anda a meia luz é visível, fácil
considerar os perigos, ante uma boa visão e
audição.
Diferentemente é a escuridão total, onde os
olhos não servem para nada.
Temos que apurar os outros sentidos como
o tato, o olfato e a audição,
estar alerta o tempo todo, qualquer descuido será fatal.
Então, quando se fala em viver na escuridão, a consciêcia
é pouco desenvolvida, levando o indivíduo a esmo.
Sem qualquer preparo, seus pés o levam para onde
o desejo caminha, numa escuridão sem fim.
Essa escuridão não lhe permite nenhuma ação
de defesa, quando percebe, já se encontra sem
forças, caído e moído.
Na claridade da luz total, podemos nos preparar
melhor. Ninguém sai a pescar sem levar anzóis.
Primeiro se pensa, depois se prepara, ai, sim,
pode fazer isto ou aquilo.
A luz traz planejamento antes da execução, enquanto
que a escuridão torna obscura a razão.
Todos os experimentos tende a fracassar antes de
se chegar a resultados. Ninguém em sã consciência
injeta veneno em si mesmo para saber se é eficaz.
Porém, a escuridão nos faz pensar que devemos aplicar
todos os meios de experiências para que fiquemos bem
com a gente mesmo.
A escuridão é enganosa, faz com que o indivíduo
cometa loucuras contra a sua própria pessoa, a fim
de provar que necessita de prazer para viver.
Se o veneno provoca prazer, este prazer vale
a sua vida, então, ele se coloca em perigo
para ser bem visto no meio da escuridão
em que vive.
São pessoas marcadas pela ignorância,
 não enxergam nada a não ser eles mesmos,
e o que podem fazer para se livrarem de
um peso? colocar mais pesos, até
que mergulhem na morte.
Difícil né?
Se eu pudesse trabalhar com os jovens, os mais
propícios a escuridão, eu lhes mostraria a luz da
compreensão, que não são os prazeres ou
os venenos que os deixam mais atraentes, ou
menos suscetíveis a dor.
É a luz que os tornam brilhantes, a luz da razão,
pela qual se luta para obter conhecimento sobre
o que se experimenta, e consequentemente se
põe longe da dor por meio da razão de
se fazer uma melhor escolha.
Diz um versículo bíblico:
"Aquele que escolhe a melhor comida, se deleita
com finos manjares."
Isto não se refere a comida em si, é uma alegoria
que transmite uma mensagem: à, de se fazer, a
melhor escolha na vida.
Mesmo na escuridão dos dias cheios de vaidades,
usar a percepção dos sentidos em favor
de si mesmo.
Não dar o primeiro passo em qualquer sentido,
mesmo por que numa situação desta, não
dá para saber o que vai acontecer no passo
seguinte.
Trabalhar a mente, sentir o ambiente,
sondar o terreno, para depois sim, ir construindo um
caminho imaginário até atingir o objetivo
da jornada.
Chegar onde quer, mas chegar de verdade, com
êxito e segurança, e ser aplaudido por vencer
obstáculos sem colocar em risco o que se tem
de melhor, que é a vida.
Para você que é jovem: Nem sempre o
caminho mais fácil te leva ao melhor lugar.
Pense nisto!
Herta Fischer











terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

incógnitas no romper da aurora

Agora eu preciso ir,
tenho que lançar raízes
senão fico minguada
e morro.
Meus ancestrais
construiram muros
separando a indulgência,
mas de que falamos mesmo?
Da torre que alcança
os céus, ou dos sinos
que batem as horas?
Da mesma forma são construidos,
mas com definições diferentes,
um serve para servir, outro
para aparecer.
Indivíduos recalcados usam armas,
indivíduos sóbrios usam o amor,
mas ambos não sabem para que
o fazem, se no romper
da aurora, se vivo, se morto,
Deus o sabe, tudo cai no
esquecimento.
Herta Fischer

Clarice Linspector

Narrar é também deixar sangrar.
Nas palavras de Clarice: "Não, não é fácil'
Porém se faz necessário lançar "faíscas e lascas
como aços espelhados".

Absolutamente nada

No inicio era só a esperança,
depois de algum tempo, o tempo
foi concretizando mudanças.
Dentro de mim morava o medo
da insegurança. O que comer,
o que vestir, como me comportar
diante da vida?
Tinha um pai, uma mãe, alguns irmãos, e
o que eu aprendia?
Limitada era minha força, o
que eu via, e como me sentia
em relação ao que estava próximo e
o que estava longe, tudo
era completamente desconhecido.
Havia guerras, gente matando gente,
gente expulsando gente, gente
enfrentando gente.
Um mundo de matanças, só
para conquistar o desgaste, nada
importante.
A deriva se vai, na deriva se morre,
o que esperar de alguns anos?
Olho para minha pele, já foi
a sua majestade, o que ficou
é uma rainha sem trono.
Meus olhos de cor estranha,
na estranheza ainda vive.
Meus pés livres e soltos já
perderam a metade da capacidade.
E o mundo? continua o mesmo!
E as pessoas? continuam as mesmas, embora
mude a forma de agir, de quando
em quando julgada é.
Abaixo da lápide fria,  seu ventre descansa, enquanto
de outros ventres, nasce-se novos rebentos.
Um ciclo lembrado e outro esquecido,
na mórbida e fria revelação de
que não somos absolutamente
nada!
Herta Fischer




Territorialismo individual

Ninguém fabrica fraqueza ou força,
ao nascermos já está definido o
que seremos, mesmo
que digam o contrário, não
dá para mudar o feto, o que
está se formando dentro da gente,
é sem controle.
Assim, como não dá para moderar a
raiva dentro da gente ao nos sentirmos
traídos, não dá para mudarmos resultados
da vida em si.
Beleza ou feiura, saúde ou doença, nem
sempre são evitadas pela qualidade dos
alimentos que ingerimos, ou
pela quantidade de liquido que bebemos.
Eu aprendi isso na palavra:
"Escolhi doze discípulos, um deles
é o diabo."
E em outra parte:
"Para isto mesmo endureci o coração
do faraó, para que pudesse mostrar
o Meu poder."
Tudo foi instituído por Deus, os governos e potestades,
a fim de julgar.
A luta não será de homem para homem, e sim, entre
as potestades  do ar (anjos, da sexta hierarquia.
Ficam de guarda entre o primeiro e o segundo nível do céu.
São também os guardiães dos animais)
Então, através da confiança na palavra, eu acredito
 que haverá ainda muitas guerras, não
só entre os países, mas dentro de cada um,
Estaremos divididos, um contra o outro,
para definirmos bem quem somos, e o que
esperamos.
Tudo conforme revelação, pois Cristo
 é a consciência de cada um.
Se mantermos a consciência da bondade, Nele
alcançamos as misericórdias do Pai.
Se lutarmos contra essa boa conciência,
viveremos como animais, procurando
auto defesa, vivendo extremamente no
territorialismo individual.
Precisamos de um todo para
se completar, enquanto dividido,
continuaremos sofrendo e
fazendo da casa terra, um lugar
terrível.
Herta Fischer




Nada foge do que é

Um mês, um dia, que importa?
Ainda trago viva no meu coração
a arte da espera.
Como eu gostaria que compreendessem, que
nas esquinas mora o perigo.
Tudo em evidência, mostramos o que
somos, não há mais engano.
Cada espírito se mostra como é, na luz do dia.
Das eiras se escutam verdades,
O que nasce homem, morre homem, o
que nasce outra coisa, morre sendo outra coisa.
Nada foge do que é.
Mesmo que se limite a praga, não estará livre
para sempre, pois ela busca caminho onde
não se vê, e toma conta do que cuidou.
Não canso de esperar pelo fim do dia,
não canso de esperar pelo fim de tudo, pois
tudo o que tem fim, também tem um recomeço.
A ferrugem destrói o ferro, mas não consegue
ferir o aço.
Que Deus me transforme em aço, para
que não me contamine com a ferrugem humana.
Vou meio a tropeços, ziguezagueando no escuro,
minha luz esta apagada para os que não conseguem
viver sobre a luz.
Ou vivo só, ou vivo a sombra...
Mais vale a sombra, que no sol forte
que queima sem necessidade.

 Herta Fischer

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Terra de ninguém

O dia chega com sua inocência e morre
sufocado pela incompreensão.
Que mais queres de mim, pergunta:
Já não te basta os maus desejos do seu coração?
Não planta, mas ceifa, enches e esta sempre vazio.
Tá certo que, se vivemos, também merecemos
viver, não tem como fugirmos da via crucies,
Todos provamos a fúria do poder terreno, todos
somos provados pelo ciumes.
Trabalhamos para adquirir mais do
que precisamos, e nos colocamos nas mãos
da ganância.
Ganância não é só amor ao dinheiro, também é amor
ao ego, amor ao sexo, amor a comida, a bebida.
Tudo que é excessivo é ganância!
Ninguém vive para si mesmo, ninguém pode subsistir só.
Todo aquele que pratica o mal, há de ser devorado
por ele. todo aquele que fere com faca, com faca será ferido.
Canso de dizer que o melhor caminho é o sossego, que
a paz vale mais que milhões de dólares.
Ser revolucionário só traz desgraças, a guerra é promovida, ou
por ganância, ou por ciumes.
Eu costumo assistir a série "terra de ninguém" Acho muito lindo
quem se livra das coisas, para viver na simplicidade,
Para eles, que decidiram escapar das armadilhas do consumo,
há uma nova forma de viver, sobre um novo aspecto, onde
a própria sobrevivência se torna tema principal.
Não se dão conta do eu, o nós é mais importante,quando
um precisa, o outro está pronto para ajudar.
Uma forma linda de viver: que se danem as vestes cintilares,
que se danem os hambúrgueres, que e danem as concorrências,
eu quero... sossego!
Em Deus, eles esperam, Em Deus eles colocam a suas esperanças, até o dia
em que forem tirados do meio dos mortais, para obter vida
em abundância.
Vivem como se deve viver, plantam e comem,
Pois sabem que, não vão levar nada, e mesmo que deixem,
 também não vão ver como outros se valerão do que deixaram.
E o que deixam, são só boas experiências, um tesouro duradouro.
Herta Fischer







Amor é liberdade

Dizem que um pouco de ciume é bom,pois apimenta a relação.
Não existem níveis seguros para o ciume, ciume
é falta de compreensão, desamor e falta de confiança.
Quer apimentar uma relação? Crie saudades!
Uma fruta se torna bem mais atrativa quando esta longe,
quando esta num galho inalcançável, unica e de difícil acesso.
Uma orquídea não é valiosa e amada por ter flores bonitas,
mas, por dar flores apenas uma vez por ano.
Tudo que é demais enjoa, experimente comer doce demais para
ver o que acontece?
Seu estomago vai colocar para fora os excessos!
Cuidar para não perder não significa amarrar.
Um cavalo solto é feliz, troteia, um cavalo amarrado vive
triste, engorda e mirra.
Não podemos viver condicionados a outros, temos
que aprender a viver só, para não sentirmos tão
 depressivos na ausência do outro,
Mente vazia, oficina do diabo.
O ciume é mente vazia, ninguém consegue atenção,
sem que antes não tenha dado,
Liberdade é sementeira feliz, se renova a cada
dosagem de amor.
Ciumes é prisão para dois, o que mais sofre é aquele
que não pode usar os pés.
Crie um limite de confiança, creia, nada é eterno, a menos que
se torne eterno.
Um amor só sobrevive em liberdade, do contrario há de se buscar
uma complementação na mentira.
Herta Fischer



Amor com amor se paga

5 ml de bom senso + cinco ml de amor = 10 ml de saúde
O que destrói o homem é o que ele deseja.
A procura por satisfações é o mal mais profundo.
A saudade de Deus é que nos faz assim, tão dependente,
e tão descuidado.
Procuramos o que não está perdido, assim, passamos
o maior tempo da vida sem esperanças, cansados e
desanimados.
Amontoamos, ao invés de reciclar, e o resultado é
mais lixo.
Destruímos todo bem plantado em nós, procurando
o mal.
De tanto pensar, morre um burro, de tanto procurar
por capim, morre um cavalo.
Dizem que a vida só encontra um sentido quando
somos amados, porém, o que fazemos nós, para
conquistar um amor?
Queremos a satisfação, não o amor.
E vivemos magoados por não assumirmos nossa posição
doentia em relação a própria vida.
tudo seria bem mais fácil se nos dedicássemos
mais a amar, do que esperar pelo amor, pois
o amor com amor se paga.
Herta Fischer




Loucura humana

Como diz o velho sábio:
-Aquele que não sabe fazer,
apenas critica!
Não ouve, nem vê, mas
critica.
Não faz, nunca fez, mas critica.
De que vale o corpo presente?
De que vale ter forças sobrando para
subir ao monte, e não ter vontade?
De que vale resmungos, sem fazer
nada para mudar?
De que vale reclamar da sorte, sentado?
De que vale fazer criticas para os outros,
 quando
não se olha para si?
De que vale acreditar quando convém,
só para amansar o espírito?
Vida para mim, é sem amarras, não
temos que ficar desatando nós.
Como um cometa que sai do seu meio,
viaja sem limites, nada o faz parar,
assim também é a vida dentro do
corpo, não queira ser o que não é?
O que nos faz cometer muitos erros
a ponto de perder a consciência, são
justamente as fadas  e os duendes
que construímos
em nosso mundo ilusório,
Entender é muito mais precioso
que aprender, pois, devido o sarcástico
modo de viver do homem, nos arrastam
para lugares sombrio.
Se tudo fosse bem dosado, nada faria mal,
mas cometemos a loucura de ir além.
Tá tudo misturado, cada um faz o
que quer, não ha limites para a
loucura humana.
Assim também, não haverá limites
para o sofrimento,
Herta Fischer






Solidão a dois, a três, a .,,,,

O que é a vida?
Uma dança em parceria, né!
tem que saber os passos,
senão, um pisa no pé do outro.
Ou pisamos nos pés dos outros, e é
só grito de dor.
Sai, sai, não quero mais dançar,
nem que dancem comigo.
Vou sair de casa, não quero mais farra,
só quero cantar e cantar para
que possa dançar só.
Solidão a dois dói demais,
quero sentir a fama, em mim.
O dia amanheceu com cara
de que foi magoado, com cara
de que vai chorar.
Também sofre, assim como
eu, que espera um pouco
mais dos outros, não
é reconhecido pelo que é,
só pelo que faz.
Enquanto é dia claro, ninguém se
importa, estão satisfeitos,
porém, quando escurece,
ficam furiosos.
Que mais posso dizer?
Como sair do buraco, como
descartar a vida?
Se é o que temos, o que merecemos,
canto sem som, nuvem sem água.
Marchamos sem sair do lugar,
e é só canseira em cima de
canseira, empilhadas dentro
da gente, como caixotes velhos.
Sou balão sem ar, furado
e descartado, murcho e
sem valor.
Quem me dera ser repleta, quem
me dera poder fazer pra ser feliz.
Não existe felicidade, sem plateia, não
existe sorrisos, pra ninguém.
Sorrir sozinho é para os loucos.
Chorar sim, chorar sozinha,
é desilusão, mas, sorrir diante
de si mesmo, é mancada
de quem vive só.
Herta Fischer






domingo, 8 de fevereiro de 2015

Prova de inocência.

Certo dia Luiza saiu de casa pela manhã, ainda
estava escuro, ia para o trabalho.
Fazia bem pouco tempo que tinha se mudado
para aquela cidade, Até então, conhecia apenas
a inocência da área rural.
Enquanto estava em seu "habitat natural", tudo
era tão longe, e portanto, mais difícil de se
locomover.
Quando precisava sair, sempre estava rodeada de
amigos, ou de alguns familiares.
As tardes de domingo, depois do almoço, saiam para
assistir futebol em algum campo, andavam por longas distancias
a pé, entre risadas e conversas animadas.
Quando voltava para casa, a noite, logo ia para a cama, não
tinham televisão, então, sobre a canseira de andar e passar o
dia inteiro procurando aventuras, só restava dormir.
Todos em sua casa tinham o costume de dormir cedo, não
era nada fácil viver a meia luz. ou sair apenas
com a luz da lua ou das estrelas.
Pela manhã, antes mesmo que o sol nascesse,
 precisava pular da cama, acender o fogão a lenha, ferver
a água e preparar o café da manhã;
Esta tarefa era revezada com suas duas irmãs mais
velhas, em outros dias poderia curtir a cama por mais algum tempo.
Depois do desjejum cada uma pegava a sua ferramenta e
iam trabalhar na roça.
Seu pai sempre fora agricultor, e como não havia outra
atividade que não fosse essa, então, tinham que fazer o
mesmo.
Colocavam blusas de manga comprida, um pano amarrado
na cabeça e um chapéu, tudo para não queimar a pele, pois
a não ser que trabalhassem no galpão, ficavam expostos a sol
forte na maioria das horas do dia, principalmente quando
era época de plantar, limpar e colher.
Ao completar dezenove anos de idade, depois de ter passado
por várias experiências já morando na cidade, ela foi morar
numa cidade de porte médio.
Não tinha nenhuma experiência com homens, ou melhor,
pelo menos com homens de má índole.
Em cidades pequenas em que morou, ela se divertiu bastante,
porém lhe fazia falta alguém que pudesse ser companheiro de
verdade, quase todas as suas amigas tinham namorado, e ela,
apenas alguns paqueras, nada oficial.
Tinha tanta vontade de arrumar um namorado, e também uma certa vergonha
de ser sozinha. precisava urgentemente afiliar-se a alguém, que, se desgastava,
a procurar pela  sua metade. Porém nenhum relacionamento ia além de dois
ou três meses.
Voltou a estudar e conheceu um menino, forçara um relacionamento, e por
fim, ele cedeu, começaram a namorar, primeiro nos intervalos das aulas,
depois, ele começou a convidá-la para sair.
Fizeram algumas viagens, sempre acompanhados pela família dele,
assim, ela conheceu algumas cidades, onde ele tinha algum irmão
ou tio, sempre que ia fazer alguma visita, ele a levava.
Até que, num dia fatídico, ele a levou até uma cidade proxima de
onde ela morava, para uma visita de final de semana á uma de suas irmãs,
 e lá, ela conheceu os seus pais.
Na volta, vieram todos juntos, ela, o garoto e seus pais.
Ela notou que o pai do menino não a olhava nos olhos, nem lhe dirigia
uma só palavra. Para quebrar o gelo, ela pagou a passagem de volta,
achado que assim, o pai do menino veria que ela não era uma aproveitadora.
Mas, de nada adiantou.
O menino  pediu-lhe que fosse até a sua casa, que ali pernoitasse, já que era sábado, e que,
no dia seguinte, ela voltaria, pois tinha trabalho e escola.
Enquanto ela ficou sentada na sala com os sogros, até que surgiu uma conversa amigável,
eles contaram que seu filho teve uma namorada, e que ainda gostavam muito dela, embora
eles tivessem já terminado o relacionamento.
Ela ficou um tanto chateada com a conversa, mas não disse nada.
A sogra levantou-se e foi dormir, mas o sogro fez questão de
ficar até que ela, cansada pela viagem, também se despedisse e fosse para
um quarto reservado para hospedes.
No dia seguinte bem cedo, o menino lhe despertou com batidas insistentes na porta,
ela levantou-se, e ele a convidou para saírem.
Andaram a pé por uma estradinha de terra até chegarem em outro bairrro, onde ficava
o açougue, ele comprou carne, e voltaram para casa.
Ela foi tomar um banho, e quando saiu, não mais encontrou o menino nem o pai,
eles tinham saído, nem a mãe dele sabia do seu paradeiro.
Ficou sentada na cozinha enquanto a mulher preparava a refeição, ela fez-lhe muitas
perguntas como onde ela morava e trabalhava, só faltou querer saber o
quanto recebia de salário.
O almoço ficou pronto, e a mulher resolveu procurar por eles, foram em
vários lugares sem contudo encontrá-los, então resolveram voltar para casa, almoçaram
e  ela decepcionada ao se ver sozinha, resolveu deitar um pouco, Quando levantou eles
já haviam chegado.
Ela se preparou para ir embora, tinha que sair até a pista para tomar o ônibus de volta,
O menino a acompanhou como se não tivesse acontecido nada, ela também ficou
calada, embora já soubesse qual seria o resultado, era questão de tempo, ele
com certeza terminaria com ela.
E foi o que aconteceu no dia seguinte:
Logo que chegou a escola, já sentia um peso no peito. Esperou por ele, sentada a
mesa da cantina, e quando ele chegou, não foi nenhuma surpresa para ela, quando
ele, simplesmente, disse que não queria levar adiante o relacionamento.
Ela ainda lhe perguntou por quê?
Ele veio com uma conversinha de que o pai lhe prometeu pagar a sua faculdade,
caso ele terminasse com ela. E ele apenas acatou o desejo do pai, provando assim,
que  nenhum carinho existiu de fato, para ele, ela foi apenas um passatempo.
Ela chorou muito, ficou vazia por dentro, não era possível que tudo terminasse assim,
Nenhum relacionamento dava certo, toda vez que ela acreditava estar no caminho, vinha
uma coisa ou outra e acabava com a sua alegria.
Vivia tão desiludida a ponto de paquerar todo os homens bonitos que passavam por ela.
Bom! Já é sabido que Luiza era muito carente, talvez, devido o seu histórico de
rejeições e solidão.
Neste dia, especialmente, ela levantou-se como um autômato, instalada inconfortavelmente
na casa da irmã mais velha, dormindo atrás da mesa de jantar, num  pequeno colchão jogado
ao chão. Tendo que tomar dois ônibus para chegar ao trabalho, um deles até um determinado lugar,
onde pegaria um poutro ônibus fornecido pela empresa em que trabalhava, pois
a empresa sediava-se em uma cidade a trinta quilômetros dali.
 Pegou a marmita colocando-a numa bolsa tira colo azul escuro, feita de crochê, saiu apressada
e ainda sonolenta, pela noite mal dormida, tomou o ônibus que a levaria até o centro, descendo
um tanto longe do ponto onde pegaria um outro.
Logo que atravessou uma praça, um homem chamou a sua atenção, ele estava passando pela rua numa moto,
e ao vê-la, parou, perguntando-lhe: o que  fazia ali aquela hora da manhã?
Ela respondeu com um sorriso nos lábios:- estou indo para o trabalho!
Ele, gentilmente ofereceu-se para levá-la.
Ela nem pensou direito, aceitando de imediato a oferta.
Apenas se limitou a dizer-lhe: -tem certeza?
fica um pouco longe, em outra cidade!
Ele lhe respondeu que estava sem ter o que fazer, e que, para ele não custaria nada.
Então, ela subiu na moto e o homem a colocou em movimento, logo que saíram do centro,
em sentido a outros bairros, ela ficou esperta, ele estava se afastando do caminho
que os levaria a rodovia, estava indo sentido contrário.
Mas, ao perceber a intenção do homem, já era tarde, não podia pular da moto, estavam em alta velocidade, então, ela disse no ouvido do rapaz:- Para onde esta me levando, este não é o caminho?
Ele tentou convencê-la de que estava sem documento, e estava usando um atalho. mas, ela já
sabia o que estava para acontecer, lamentou muito a sua brejeirice.
Ao pegar uma rodovia, eles passaram por um ponto de ônibus, um policial
estava parado, provavelmente, esperando por uma condução, ela pensou em fazer
algum sinal para o guarda, mas logo desistiu, a partir dai, ela precisava de
muito sangue frio, se ela alertasse o guarda, pensou: Provavelmente ele colocaria alguma viatura
em seu encalço, poderia ser fatal, imaginou-se em alta velocidade sobre a garupa de uma moto
perseguida por policial.
Não! ela não queria passar  por aquela vergonha, ela não merecia, estava querendo chegar ao
trabalho, só isso!
 Não queria parar numa delegacia e ter que explicar que pegara uma carona
com um homem desconhecido.
O homem saiu da rodovia pegando uma estradinha de terra, ela estava rígida e sem fôlego,
estava confirmado o que temia, para ela, talvez, fosse o fim.
Já se imaginava sendo manchete no jornal:  "pessoa desaparecida a caminho do
trabalho."
Pessoa encontrada morta num matagal, e as pessoas se perguntando: como ela chegou até ali?
Muitas coisas passavam na sua cabeça, até que, em determinado momento, a velocidade da moto foi diminuindo,  havia um declive bem acentuado, e encontrava-se o final da estrada e um trilho
no meio de plantações de eucaliptos, um trilho de gramas amassadas, como
se alguém já estivesse se deitado ali.
Quando a moto estava quase parando, ela pulou e saiu correndo, a pulsação quase que
arrebentava a pele, tanto era a pressão.
Saiu novamente na estrada e entrou na mata, ficando escondida sobre a vegetação, enquanto o
homem lutava com a surpresa e tentava manobrar a moto, pois o trilho era tão estreito, que ele teria que carregar a moto para colocá-la em posição de volta.
Ela ouviu o som do motor sendo novamente acionado, estava tão desperta e com tanta determinação
pra sair desta, que parecia que forças vinham do além e tomavam posse dela.
Estava ainda na mata, ficou com medo, ela tinha pavor de cobra, e se, de repente aparecesse alguma?
Ouviu a moto subir pela estrada, resolveu sair, mas o homem voltou. Não era bobo, foi
até uma encruzilhada, não vendo ninguém, deduziu que ela estava escondida em algum lugar.
Por sorte, havia um sulco enorme entre a estrada e a mata, erosões feitos por enxurradas
frequentes.
Ela ficou presa. Ele, na moto de um lado da estrada, e ela, separada pelo sulco, do
outro, quase caindo no buraco.
Então, ele lhe falou: Eu só quero que você "bata uma" para mim, só isto!
Ela deu um grito de negação: Não!
Ele levantou a mão e acertou-lhe um tapa no seu rosto, resmungando e lhe dirigindo insultos.
ela, por sua vez, não emitiu mais nenhum som, com os olhos esbugalhados. pôs-se a olhá-lo
nos olhos, nem uma lágrima sequer brotara de seus olhos.
Vendo que não obtivera nenhuma chance, e intuindo que se continuasse tentando, ele poderia se dar
mal, o homem manobrou a moto, dando meia volta, e foi embora.
Temendo que ele voltasse, Luiza segurou a bolsa firmemente com as duas mãos e se pôs a
correr, chegou numa encruzilhada, rezando para que ele não voltasse, sem saber o
que fazer caso isto acontecesse.
Foi então, que,em meio ao caos de seus pensamentos, ela ouviu barulho de um carro, e quando uma
pequena caminhonete aproximou-se, ela quase que se jogou na frente do carro, acenando desesperadamente para o motorista.
Nunca pedira carona a ninguém, sempre fora tímida, mas naquele momento, seu medo falava
mais alto que o orgulho.
O motorista parou.
 Ela percebeu que era um senhor de aparência simples, então, antes que ele lhe perguntasse alguma coisa, ela lhe contou o que acontecera, omitindo o fato de que, pegou carona com um desconhecido.
Perguntou ao homem o seu destino. Ele passaria pela mesma rodovia que a levou até ali,
Passariam por uma ponte, esta ponte continha um atalho que chegava até a rodovia. onde
passaria o ônibus que a levaria até o trabalho. O carro demorou para chegar até a ponte, mas quando ela  a avistou, seu coração aliviou a pressão.  Falou então ao motorista que desceria ali.
Quando o motorista parou, ela agradeceu e saiu do carro, atravessou a ponte, desceu pelos degraus que a levaria até outra pista.
Parou num ponto de ônibus, já era tarde para pegar a condução da empresa, pegaria um ônibus de linha, chegaria em cima da hora, mas não deixaria de trabalhar.
No entanto, como que por um milagre, o ônibus da firma apontou no final da estrada, também estava um tanto atrasado, ela deu
sinal, e o motorista a reconheceu e parou.
Entrou no veículo quase que como um autômato, não dava para ela ver o seu rosto, mas devia
estar desfigurado, pois tão logo tomou o seu lugar numa poltrona, um colega de trabalho lhe
perguntou: -O que aconteceu, está tão branca, viu um fantasma?
Com os olhos secos e ardendo, ainda sentindo muita vergonha, ela simplesmente lhe respodeu:
-Ah! Eu perdi a hora,  meu cunhado me trouxe até a pista de cima, e eu desci correndo, por
isto estou sem fôlego!
 O colega ficou satisfeito com a explicação. Ela então, fechou os olhos fingindo dormir.
Chegando ao trabalho, a cena se repetia em sua mente, por mais que tentasse se distrair,não
conseguia deixar de se maltratar pela inocência de seu ato que poderia facilmente ter
se transformado em tragédia.
Depois deste caso, aprendera a lição. Nunca mais aceitaria carona de ninguém, a menos
que conhecesse muito bem a pessoa.
Tudo, na vida, precisa ser levado a serio, muitas vezes, colocamos nossa vida em risco apenas por
negligenciarmos a capacidade de fazer analise numa certa situação, agimos sem astúcia, e acabamos por sofrermos consequências severas.
Desta vez, a historia teve final feliz, mas nem sempre isto acontece!
 Herta Fischer